16 de novembro de 2004

E se olhássemos para dentro?

Num fim de tarde lindíssimo estava sentado à beira mar. Olhava o ondular suave do oceano que ora me beijava a pele, ora fugia para longe. O ruido hipnotizante embalava-me enquanto pensava delirante. Eis que repentinamente, um pequeno pássaro, como eu nunca tinha visto numa praia, lindo como um arco-íris, pousou na minha mão. Virei a palma para cima e lá estava ele, olhando-me curioso com ar enternecedor. Apertei a mão com força, até sentir os seu pequenos ossos estalarem entre os meu dedos. Amassei-o até ficar apenas uma papa de sangue da qual apenas se distiguia um pequeno bico em silêncio absoluto. "A morte chegou para ti meu velho" sussurrei. Olhando o mar uma última vez...voltei para casa.

1 comentário:

Inês Ramos disse...

Wow! Até me inspiras Goth Mortens:

Faz deslizar sob as veias poéticas dos meus pulsos o arco (da) íris do teu violino ócular e demoníaco... Toca-me uma melodia insana, um som depressivo e maníaco... Partilha comigo o licor fluorescente duma garrafa à sorte... E embriaga-me com a venenosa fragância das tuas olorosas palavras, com a tua poesia demente... Com o teu toque de Ternura e de Morte!