15 de abril de 2008

O meu país...

Começo a ter dificuldade em perceber se o champô que compro é para cabelos secos, ou para cabelos normais, e julgo que isso poderá ter a ver com o facto de muitos dos rótulos estarem em russo. Neste momento, quando todos julgam que as bruscas alterações do nosso clima são uma consequência do aquecimento global, eu entendo que podem ter a ver com o facto de se falar brasileiro num quarteirão e ucraniano no outro. Longe vai o tempo em que o único povo com quem tinha que partilhar o meu país era o Africano. A colonização deu-lhes esse direito. Li numa revista, que acompanha um jornal distribuído em sacos, que 90% das mulheres de alterne neste país são estrangeiras. Mas o que vem a ser isto? Será que não podíamos ter as nossas próprias mulheres de alterne? Agora temos que importar?
Onde outrora via passar um Fiat Punto, completamente alterado, gritando vidros fora a última do DJ Benny Benassi, vejo agora passar um Renault 19, vermelho fosco, gritando um som distorcido pelos vidros, que já longe, identifico como a velha dos Canta Bahia. A única que fizeram até hoje.
O que é feito do meu país? Ficamos com os restos da globalização? Esperamos encontrar num bando de Zés Cariocas a produtividade que faltava a este país?
Exportamos os talentos e importamos isto. Parece-me um bom negócio. É bom que as moças das casas de alterne consigam fazer um bico, enquanto servem à mesa, a fazer o pino, executando na perfeição limpezas com a mão esquerda e dactilografando com a direita, enquanto gemem de genuíno prazer, levando com um empenhado Zé Povinho de farto bigode, suando que nem um porco, enquanto lhe rouba a virgindade mais uma vez.
Se não for assim não entendo como vamos compensar tanta mandrionice.

7 de abril de 2008

Eis que uma mão encardida se ergue do túmulo...

Após um interregno de mais de dois anos, eis que me ergo do meu túmulo virtual e estou de volta à carnificina. Não vou poupar ninguém. Conspiro. Aguardem notícias minhas.