31 de março de 2009

Incondicional

Pernoitei em ti confesso
na sombra de ti comigo
Sei hoje que só eu consigo
amar-te sem regresso

Posso vingar todos os dias
todos em que não te amaram
dias que te despeitaram
não conheciam como sorrias

Mas eu vi como ninguém
o teu rosto luminoso
acorrentou-me e foi perigoso
estar assim dentro de alguém

Achaste que eu zombava
que era impossível amar assim
e que pensando só em mim
criativamente inventava

Jurei-te a derradeira prova
o dia em conhecerias afinal
o meu amor incondicional
nem que tal me levasse à cova

Um dia, amarrei-te inconsciente
a uma cama, amordaçada
para que só depois de acordada
pudesses ver finalmente

A prova única que faltava
o momento da verdade
de crua felicidade
em que saberias que te amava

Acordaste em frente ao espelho que ali pus
reflectindo a tua cara derretida pelo ácido
o que outrora era electrizante, agora plácido
escondia o choro dos teus olhos crus

Não entendi, quanta injustiça
não entendeste a intenção, a prova dada
quanto ninguém te quer agora deformada
beijo-te eu a face rugosa e mortiça.

3 comentários:

Miss I disse...

Como se prova um amor incondicional?...

Goth Mortens disse...

Não se prova. Não existe tal coisa.

Balhau disse...

Brutal.
:D