3 de janeiro de 2005

Para começar o ano...o Afonso!

- Ó mãe...a professora hoje na escola disse que todos somos iguais, todos somos como irmãos...
- Sim, até certo ponto isso é verdade Afonso.
- Mas mãe, para isso tinhamos que ser todos teus filhos não era?
- Boa, ele pensa que a mãe é uma puta parideira. Não era isso que a professora queria dizer, mas sim que todos temos que ser amigos uns dos outros...como irmãos.
- Mas somos todos iguais?
- Não, olha há meninos lá da tua escola que, por exemplo...jogam bem à bola...e outros que, hmmm...bem, outros são muito bons alunos, sabem estudar. Há meninas que são modelos fotográficas e outras que fazem peças de artesanato com os avós!
- E eu mãe..e eu?
- Tu...tu...és cego Afonso, não podes fazer grande coisa.
- Mas mãe...eu também tenho boas notas...
- Isso é agora tonto...depois vais ver!
- Mas eu...
- Esquece Afonso...não somos todos iguais, nem todos irmãos...a tua professora é ainda mais burra do que tu!!
- Diz?
- Estás a ver? Tu nem ouvir consegues ouvir!!?? Como é que tu hás-de ser alguém...
- Mas porque é que estás a falar assim para mim mãe?
- Já te calavas não?
- Diz?
- A quem é que tu sais assim surdo tolo?
- Mãe?
- Sim Afonso!
- Um menino lá na escola diz que o Pai Natal não existe...
- E tem toda a razão, não existe mesmo esse velho gordo e feio.
- Mas tu tinhas dito que sim!
- Não ligues, eu gozo contigo às vezes porque és deficiente!
- Mas eu não sou.
-Hellooooo!! És cego, surdo, tens o pulso encostado ao cotovelo e falas com a boca de lado! Sim, és deficiente!
- Mãe (a chorar) o que é que tu tens?
- Nada, vou-me embora, fica para ai a chorar!
- Mãeeee! Não vás!!!
.....
.....
- O que se passa meu amor?
- Mãe??!!
- Sim é a mãe minha jóia. Porque é que estás a chorar? Quem era a senhora que estava aqui contigo?

3 comentários:

W. disse...

O Afonso é daqueles gajos que para ser castigado, é despenteado...

alguém disse...

mais um lindo momento de humor sadico dos teus...... k lindo... ou nao

A Besta disse...

lol. O que é triste é que acaba por ter um certo paralelo com a realidade, não só com deficientes fisicos, mas com tudo o que é diferente. Manda mais dessas.